Mais um episódio da “novela” sobre o pagamento do piso salarial da enfermagem do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). Profissionais da categoria alegam que o pagamento retroativo não foi pago em sua totalidade, alguns receberam mais meses que outros, e o holerite não detalha quais meses estão sendo pagos.
Sem definição de data de pagamento dos valores que ainda faltam, os profissionais planejam paralisar as atividades a partir de segunda-feira (13).
Em áudio que circula entre os profissionais do HRMS, o presidente do Sintss/MS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de MS), Ricardo Bueno, afirma que conversou com a diretora-presidente do HRMS, Marielle Alves Corrêa Esgalha.
Segundo ele, Marielle afirmou que o hospital fez todas as planilhas de pagamento e enviou nesta quarta-feira (8) à SAD (Secretaria de Estado de Administração) para que os valores que faltam sejam pagos.
“Já chegou o (recurso) de março, está faltando fechar o do 13° terceiro. Então estão faltando dois (valores) que estão para fechar, depois vai ser regularizado todos os meses”, afirmou Bueno no áudio.
Ainda de acordo com Bueno, esses pagamentos serão detalhados em folha complementar. “Só que eu já disse pra vocês, eu não tenho como falar que vai pagar amanhã ou depois”, completou.
Caso os valores não sejam pagos em sua totalidade até o final desta semana, os trabalhadores da enfermagem do HRMS prometem paralisar as atividades a partir desta segunda-feira (13).
Entenda o caso
O Jornal Midiamax acompanha a situação desde que o piso salarial nacional da categoria foi aprovado. De acordo com a legislação, o piso é de R$ 4.750 para enfermeiras e enfermeiros, R$ 3.325 para técnicas e técnicos e R$ 2.375, para auxiliares e parteiras.
Os pagamentos atualizados deveriam ter começado em maio de 2023. Mas como isso não aconteceu, a prefeitura disponibilizou recursos de maneira retroativa em março de 2024 para as unidades de saúde de Campo Grande, que, segundo as profissionais consultadas pela reportagem, já começaram a pagar seus funcionários, com exceção do HRMS.
Até agosto do ano passado o Ministério da Saúde tinha um Protocolo de Cooperação entre com a prefeitura de Campo Grande, que realizava a gestão do HRMS.
Ou seja, os recursos provenientes do Ministério da Saúde passavam pelo município antes de serem repassados ao HRMS. Esses repasses eram feitos mediante a contratualização com o município.
No entanto, o Protocolo de Cooperação entre a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e o HRMS venceu em agosto de 2023. Por isso, o caminho dos recursos provenientes do Ministério da Saúde, que passavam pela Sesau antes de serem repassados ao HRMS, se tornou um impasse. Esse impasse afetou o pagamento do novo piso salarial da enfermagem.
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