Nos últimos 10 anos, o Estado registrou mais de 55 mil ocorrências que envolvem desde a apreensão ao tráfico de armas e drogas
Entre os inúmeros acontecimentos que levam Mato Grosso do Sul a estampar manchetes nacionais, um, em particular, sempre se repete: apreensão de drogas. Nos últimos 10 anos, o Estado registrou mais de 54 mil ocorrências que envolvem desde a apreensão ao tráfico de armas e drogas.
Em 2023, MS figurou no topo do ranking entre os estados com maior número de apreensões ao contabilizar 368 toneladas apreendidas.
Situado na fronteira com dois dos maiores produtores mundiais de drogas, a Bolívia e o Paraguai, Mato Grosso do Sul se tornou atrativo para a rota do tráfico. A Bolívia é o terceiro maior produtor global da folha de coca, enquanto o Paraguai lidera a produção e exportação da matéria-prima da maconha na América Latina.
Dados do sistema Sigo Estatística, da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), apontam que, entre 2014 e 2024, foram contabilizadas 94.569 ocorrências do tipo em Mato Grosso do Sul. Os dados correspondem a apreensões feitas pelas polícias Civil e Militar do Estado.
Do total de registros, a maioria corresponde ao tráfico de drogas, 39.098, nesse percentual entram apreensões de maconha com 25.544 registros, cocaína (14.404) e outras drogas (276). Já o número de armas de fogo apreendidas nos últimos dez anos foi de 15.247 em todo o Estado.
MS liderou as apreensões em 7 dos 9 anos da série histórica da PRF
Ao comparar os números da Sejusp às apreensões realizadas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), os números tornam-se ainda mais preocupantes. Na última década, Mato Grosso do Sul liderou as apreensões de maconha em 7 dos 9 anos que compõem a série histórica da PRF.
É importante notar que, mesmo com dados disponíveis, não é possível estabelecer uma comparação precisa entre todos os anos. Isso porque, a série histórica da PRF cobre até junho de 2022, enquanto o Sigo fornece informações gerais de tráfico de 2014 a 2024, mas sem dados específicos sobre a quantidade de drogas apreendidas no primeiro ano da série histórica.
Outro aspecto relevante é que, em 2023, Mato Grosso do Sul liderou o ranking entre os estados com o maior número de apreensões de drogas, totalizando cerca de onze ocorrências por dia. O saldo foi de 368,93 toneladas apreendidas, incluindo 1.071.132,17 kg de maconha e 117.831,55 kg de cocaína, conforme dados do Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública).
Maconha impulsiona apreensões em Mato Grosso do Sul
Principal droga comercializada ilegalmente em Mato Grosso do Sul, a maconha e substâncias análogas impulsionaram os números de apreensões de drogas no Estado. Na última década, foram contabilizados 1.022,08 toneladas de maconha apreendidas pela PRF. Enquanto a Sejusp, apreendeu 2.461,99 toneladas.
O gráfico indica que em 2020 houve o pico mais elevado de apreensões – 765,21 toneladas de maconha – conforme dados da Sejusp. Essa tendência é corroborada pelos números da PRF, que mostram 302,71 toneladas apreendidas no mesmo período.
É importante notar que, embora a série histórica tenha início em 2014, a Sejusp não divulgou dados relativos ao percentual de drogas apreendidas naquele ano. Além disso, os números de 2024 permanecem baixos, pois correspondem às duas primeiras semanas do ano.
Em agosto do ano passado, a PRF apreendeu 22 toneladas de maconha na BR-060, maior apreensão registrada em 2023. A droga avaliada em R$ 47 milhões saiu de Ponta Porã com destino a Campo Grande.
Maior apreensão de cocaína da história em MS
O tráfico de cocaína segue como um desafio significativo para as autoridades de segurança em Mato Grosso do Sul, sendo a segunda maior droga apreendida no Estado. No período de 2015 a 2024, a Sejusp apreendeu 97,63 toneladas da substância. Em paralelo, a PRF realizou apreensões que totalizaram 42,93 toneladas de droga entre 2014 e 2022.
O ano de 2019 registrou o maior índice de cocaína apreendida pela PRF, com 6,68 toneladas. Já o pico de apreensões registrado pela Sejusp ocorreu em 2021, quando foram 38,52 toneladas apreendidas.
Em fevereiro de 2023, a PRF, com o auxílio de cães farejadores como Thor e Amélia, realizou a maior apreensão de cocaína da história da corporação em Mato Grosso do Sul. Foi encontrada 1,9 tonelada da droga no tanque de um caminhão, localizado em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande. Essa operação resultou em um prejuízo estimado em 354 milhões de reais para o crime organizado, conforme informações da PRF.
No decorrer do ano passado, de janeiro a dezembro, o total acumulado de apreensões foi de 32,6 toneladas da droga, representando 34% de todas as apreensões do país e mais de um terço da média nacional.
Média de 4 armas apreendidas por dia
Entre 2014 e 2024, Mato Grosso do Sul contabilizou a apreensão de 15.278 armas. No ano passado, o Estado alcançou o recorde de apreensões de toda a série histórica, com 2.193 armas recolhidas em 1.541 ocorrências registradas pelas autoridades policiais.
O ápice de ocorrências ocorreu em 2015, com 1.783 registros, resultando na apreensão de 2.146 armas. Vale destacar que os recordes de apreensões e ocorrências podem divergir, pois uma única ocorrência pode envolver um número expressivo de armas apreendidas.
Em dezembro de 2023, Mato Grosso do Sul foi alvo de uma ampla operação internacional da Polícia Federal, denominada Operação Transloading. Essa ação, realizada simultaneamente com a Dakovo no Paraguai e Estados Unidos, visou desmantelar um esquema de tráfico internacional de armas que movimentou R$ 1 bilhão.
Durante as investigações, iniciadas no final de 2022, identificou-se um grupo de distribuidores e comerciantes de drogas estabelecidos no Piauí, Maranhão e Ceará. Eles usavam sítios e imóveis rurais para armazenar entorpecentes provenientes da Bolívia e do Paraguai, posteriormente comercializados em Teresina/PI, Imperatriz/MA e Fortaleza/CE. Descobriu-se também que parte dos investigados tinha vínculos com facções criminosas atuantes nesses estados.
Posteriormente, a Polícia Federal concentrou suas investigações no grupo logístico dessa associação criminosa, responsável pelo transporte da droga proveniente da fronteira por rodovias do país. Nessa fase, foram detidos 10 caminhoneiros em locais como Piauí, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Sergipe e Paraíba, resultando na apreensão de aproximadamente 3 toneladas de entorpecentes, incluindo maconha e cocaína.
Os principais líderes e fornecedores de drogas desse esquema foram identificados em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. A partir dessas localidades, coordenavam as operações e o envio dos entorpecentes para o Nordeste. Nesse momento, foram coletados indícios de tráfico internacional e comércio ilegal de armas de fogo e munições.Entre os inúmeros acontecimentos que levam Mato Grosso do Sul a estampar manchetes nacionais, um, em particular, sempre se repete: apreensão de drogas. Nos últimos 10 anos, o Estado registrou mais de 54 mil ocorrências que envolvem desde a apreensão ao tráfico de armas e drogas.
Em 2023, MS figurou no topo do ranking entre os estados com maior número de apreensões ao contabilizar 368 toneladas apreendidas.
Situado na fronteira com dois dos maiores produtores mundiais de drogas, a Bolívia e o Paraguai, Mato Grosso do Sul se tornou atrativo para a rota do tráfico. A Bolívia é o terceiro maior produtor global da folha de coca, enquanto o Paraguai lidera a produção e exportação da matéria-prima da maconha na América Latina.
Dados do sistema Sigo Estatística, da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), apontam que, entre 2014 e 2024, foram contabilizadas 94.569 ocorrências do tipo em Mato Grosso do Sul. Os dados correspondem a apreensões feitas pelas polícias Civil e Militar do Estado.
Do total de registros, a maioria corresponde ao tráfico de drogas, 39.098, nesse percentual entram apreensões de maconha com 25.544 registros, cocaína (14.404) e outras drogas (276). Já o número de armas de fogo apreendidas nos últimos dez anos foi de 15.247 em todo o Estado.
MS liderou as apreensões em 7 dos 9 anos da série histórica da PRF
Ao comparar os números da Sejusp às apreensões realizadas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), os números tornam-se ainda mais preocupantes. Na última década, Mato Grosso do Sul liderou as apreensões de maconha em 7 dos 9 anos que compõem a série histórica da PRF.
É importante notar que, mesmo com dados disponíveis, não é possível estabelecer uma comparação precisa entre todos os anos. Isso porque, a série histórica da PRF cobre até junho de 2022, enquanto o Sigo fornece informações gerais de tráfico de 2014 a 2024, mas sem dados específicos sobre a quantidade de drogas apreendidas no primeiro ano da série histórica.
Outro aspecto relevante é que, em 2023, Mato Grosso do Sul liderou o ranking entre os estados com o maior número de apreensões de drogas, totalizando cerca de onze ocorrências por dia. O saldo foi de 368,93 toneladas apreendidas, incluindo 1.071.132,17 kg de maconha e 117.831,55 kg de cocaína, conforme dados do Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública).
Maconha impulsiona apreensões em Mato Grosso do Sul
Principal droga comercializada ilegalmente em Mato Grosso do Sul, a maconha e substâncias análogas impulsionaram os números de apreensões de drogas no Estado. Na última década, foram contabilizados 1.022,08 toneladas de maconha apreendidas pela PRF. Enquanto a Sejusp, apreendeu 2.461,99 toneladas.
O gráfico indica que em 2020 houve o pico mais elevado de apreensões – 765,21 toneladas de maconha – conforme dados da Sejusp. Essa tendência é corroborada pelos números da PRF, que mostram 302,71 toneladas apreendidas no mesmo período.
É importante notar que, embora a série histórica tenha início em 2014, a Sejusp não divulgou dados relativos ao percentual de drogas apreendidas naquele ano. Além disso, os números de 2024 permanecem baixos, pois correspondem às duas primeiras semanas do ano.
Em agosto do ano passado, a PRF apreendeu 22 toneladas de maconha na BR-060, maior apreensão registrada em 2023. A droga avaliada em R$ 47 milhões saiu de Ponta Porã com destino a Campo Grande.
Maior apreensão de cocaína da história em MS
O tráfico de cocaína segue como um desafio significativo para as autoridades de segurança em Mato Grosso do Sul, sendo a segunda maior droga apreendida no Estado. No período de 2015 a 2024, a Sejusp apreendeu 97,63 toneladas da substância. Em paralelo, a PRF realizou apreensões que totalizaram 42,93 toneladas de droga entre 2014 e 2022.
O ano de 2019 registrou o maior índice de cocaína apreendida pela PRF, com 6,68 toneladas. Já o pico de apreensões registrado pela Sejusp ocorreu em 2021, quando foram 38,52 toneladas apreendidas.
Em fevereiro de 2023, a PRF, com o auxílio de cães farejadores como Thor e Amélia, realizou a maior apreensão de cocaína da história da corporação em Mato Grosso do Sul. Foi encontrada 1,9 tonelada da droga no tanque de um caminhão, localizado em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande. Essa operação resultou em um prejuízo estimado em 354 milhões de reais para o crime organizado, conforme informações da PRF.
No decorrer do ano passado, de janeiro a dezembro, o total acumulado de apreensões foi de 32,6 toneladas da droga, representando 34% de todas as apreensões do país e mais de um terço da média nacional.
Média de 4 armas apreendidas por dia
Entre 2014 e 2024, Mato Grosso do Sul contabilizou a apreensão de 15.278 armas. No ano passado, o Estado alcançou o recorde de apreensões de toda a série histórica, com 2.193 armas recolhidas em 1.541 ocorrências registradas pelas autoridades policiais.
O ápice de ocorrências ocorreu em 2015, com 1.783 registros, resultando na apreensão de 2.146 armas. Vale destacar que os recordes de apreensões e ocorrências podem divergir, pois uma única ocorrência pode envolver um número expressivo de armas apreendidas.
Em dezembro de 2023, Mato Grosso do Sul foi alvo de uma ampla operação internacional da Polícia Federal, denominada Operação Transloading. Essa ação, realizada simultaneamente com a Dakovo no Paraguai e Estados Unidos, visou desmantelar um esquema de tráfico internacional de armas que movimentou R$ 1 bilhão.
Durante as investigações, iniciadas no final de 2022, identificou-se um grupo de distribuidores e comerciantes de drogas estabelecidos no Piauí, Maranhão e Ceará. Eles usavam sítios e imóveis rurais para armazenar entorpecentes provenientes da Bolívia e do Paraguai, posteriormente comercializados em Teresina/PI, Imperatriz/MA e Fortaleza/CE. Descobriu-se também que parte dos investigados tinha vínculos com facções criminosas atuantes nesses estados.
Posteriormente, a Polícia Federal concentrou suas investigações no grupo logístico dessa associação criminosa, responsável pelo transporte da droga proveniente da fronteira por rodovias do país. Nessa fase, foram detidos 10 caminhoneiros em locais como Piauí, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Sergipe e Paraíba, resultando na apreensão de aproximadamente 3 toneladas de entorpecentes, incluindo maconha e cocaína.
Os principais líderes e fornecedores de drogas desse esquema foram identificados em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. A partir dessas localidades, coordenavam as operações e o envio dos entorpecentes para o Nordeste. Nesse momento, foram coletados indícios de tráfico internacional e comércio ilegal de armas de fogo e munições.
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