Com atuação planejada e organizada, o CBMMS (Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul) desenvolve importante trabalho nas ações de controle e combate a incêndios florestais em todo o Estado. Durante a Operação Pantanal 2023, com início em 17 de julho, os bombeiros militares atuaram com apoio de diversas tecnologias que contribuíram para a pronta resposta e efetiva extinção de focos - especialmente no Pantanal.
“Mato Grosso do Sul é exemplo de resposta e tecnologia aplicada, com disponibilidade de equipamentos, treinamento e atuação dos bombeiros. E tudo já está empenhado para o ano que vem. É muito melhor do que foi disponibilizado em 2020, que foi um aprendizado para todos”, disse Alexandre Bossi, presidente da SOS Pantanal, ONG (organização não governamental) que atua na preservação do bioma.
O presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), Ângelo Rabelo, também reconhece o trabalho desenvolvido pelo CBMMS no Estado. “O controle do fogo é a fusão de diversos fatores, entre eles a tecnologia, que no caso do IHP temos o sistema de inteligência artificial, somado a atuação dos brigadistas com a participação preventiva do Corpo de Bombeiros”.
As ações desenvolvidas antes do período de estiagem, quando o fogo pode ocorrer com mais facilidade e intensidade, foram destacadas por Rabelo. “Na Serra do Amolar não tivemos ocorrências de incêndios este ano. Mas o trabalho de prevenção foi eficiente e mostrou resultados que vamos compartilhar e discutir. E em especial os equipamentos disponibilizados, e a equipe treinada que trabalha o ano todo foi importante, para atuarmos sempre na prevenção, que é a nossa meta”.
As boas práticas desenvolvidas em Mato Grosso do Sul, para monitoramento dos biomas e ações efetivas de combate a incêndios florestais contribuem de forma decisiva na preservação ambiental. “Este trabalho é resultado da sensibilidade do Governo (do Estado) de aprender. É uma visão para o futuro ambiental que Mato Grosso do Sul está tendo, como protagonista no Brasil, e vertentes que se mostram positivas”, afirmou Bossi.
Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontam que - entre 1° de janeiro e 9 de agosto deste ano - houve redução de 24% dos incêndios florestais no Estado, que passaram de 1.601 focos para os atuais 1.215. No pior ano, em 2020 - também no mesmo período analisado -, Mato Grosso do Sul registrou 5.420 focos de incêndios.
Mesmo quando os incêndios florestais registraram aumento significativo – no mês de novembro –, as ações preventivas realizadas durante todo o ano contribuíram para o efetivo combate e controle das chamas no período crítico.
“Até o mês de outubro foram 12 grandes incêndios extinguidos, mas com a escassez das chuvas no bioma e no mês de novembro identificamos diferenças no comparativo de focos de calor, que é um indicador. No mesmo período de 2022 contabilizamos 62 focos de calor pelas plataformas de informações via satélite, em novembro deste ano foram mais de 1,4 mil. As condições climáticas severas contribuíram para o cenário, com temperaturas chegando a 43°C e a sensação térmica muito maior, velocidade dos ventos ultrapassando 50 km/h aliado a baixa umidade relativa do ar. Tudo contribuiu para a propagação de vários incêndios florestais”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, chefe do CPA (Centro de Proteção Ambiental), que realiza o monitoramento dos incêndios florestais no Estado, e coordenadora da Operação Pantanal 2023.
O uso da tecnologia contribui para as ações de monitoramento e preservação do Pantanal e dos outros biomas presentes em Mato Grosso do Sul - Cerrado e Mata Atlântica -, no trabalho desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros do Estado no combate aos incêndios florestais.
Com drones, equipamentos de proteção individual específicos para garantir segurança (roupas e botinas resistentes as chamas), monitoramento via satélite com uso de plataformas da Nasa – agência do governo dos Estados Unidos –, Polícia Federal, Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), além de tecnologia de navegação, dados e inteligência artificial, a atuação dos bombeiros é cada vez mais específica e qualificada para evitar e mitigar os danos causados pelos incêndios florestais.
“Nós trabalhamos as questões de combate a incêndios florestais o ano inteiro. Porém intensificamos as atividades no período de resposta. E este ano a Operação Pantanal tinha previsão de ser encerrada no dia 23 de novembro, porém as condições atmosféricas nos fizeram estender o final da operação”, disse a tenente-coronel Tatiane.
Em funcionamento há mais de 21 anos, o CPA funciona 24 horas por dia – todos os dias da semana – com trabalho de monitoramento e análise diária de dados que servem como base das atividades dos bombeiros no combate a incêndios florestais no Estado.
“O trabalho realizado em MS é pautado na prevenção, capacitação de profissionais para atuação na área. O investimento em tecnologia, materiais, por parte do Estado, tem feito muito diferença nos últimos anos”, finalizou a chefe do CPA.
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