Enfrentando problemas com ambulâncias, o atendimento do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) tem demorado bem mais que o esperado em Campo Grande. O objetivo é que o serviço demore entre 8 e 10 minutos para chegar a uma ocorrência.
Porém, o atendimento na Capital tem demorado cerca de 1h para acontecer, disse o vereador Dr. Victor Rocha em audiência pública para discutir o serviço do SAMU no município na Câmara Municipal na tarde desta segunda-feira (11).
“A agilidade, por exemplo, em uma parada cardíaca. Se chegar depois de cinco minutos e não tiver uma orientação de fazer uma massagem cardíaca satisfatória, o paciente já fica sequelado pra vida toda. Muitas vezes pode até ir a óbito”, explica o parlamentar.
Atualmente Campo Grande enfrenta déficit de 5 ambulâncias do SAMU e aguarda o processo de locação de 10 novas viaturas, conforme noticiou o Jornal Midiamax no mês passado.
No domingo (3), o jogador de futebol José Luiz Lima, de 30 anos, caiu em campo e bateu a cabeça em uma mureta. Entre o momento do acidente e a entrada da vítima na Santa Casa se passaram duas horas. Ele teve a morte encefálica confirmada dias depois.
“Campo Grande teria que ter 14 ambulâncias todos os dias. 10 ambulâncias básicas que são compostas por uma equipe com um socorrista e um enfermeiro ou um técnico de enfermagem e 4 ambulâncias avançadas, que seriam com médico, enfermeiro e socorrista”, disse.
Idade da frota
“De todas as ambulâncias, a mais nova tem 4 anos de uso já. As outras tem 5 ou 6 anos. São ambulâncias aí que já rodaram mais de 350 mil quilômetros. Elas estão muito mais para ser descartadas do que uma nova”, contou.
Entretanto, segundo o representante da Superintendência Estadual do Ministério da Saúde em MS, Ronaldo Acosta, as ambulâncias são renovadas pela pasta federal automaticamente de 5 em 5 anos.
“É um sistema de atenção especializada, mas o município tem que preservar, tem uma estratégia de preservação das ambulâncias, de manutenção das ambulâncias”, ressalta.
Questionada pelo Jornal Midiamax, a Sesau Secretaria Municipal de Saúde) informa que o próprio Ministério autorizou que a Prefeitura se desfizesse de oito viaturas, que já apresentavam critérios para serem enviadas a leilão.
Entretanto, o Executivo Municipal alega que o Governo Federal não repôs esse número. Em contrapartida, o representante da superintendência diz que o próprio município tem aval de fazer a reposição. O último envio de veículos aconteceu em 2019.
“O Ministério já está doando 6 ambulâncias. Nada impede Campo Grande de comprar as ambulâncias restante pra compor a frota, porque o ministério também tem que atender outros municípios do País”, diz Ronaldo. A doação dos seis veículos acontece dentro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
SAMU em Campo Grande
O serviço do SAMU é uma pactuação tripartite, entre Estado, Município e Governo Federal. Na Capital, segundo a Sesau, o Ministério da Saúde está custeando as ambulâncias, mas sobrecarrega a prefeitura devido ao alto custo das manutenções necessárias.
A Prefeitura solicitou a pasta federal mais ambulâncias ou o repasse para aquisição por conta própria, mas não teve retorno. Além disso, o Município está em processo licitatório para alugar esse tipo de veículo.
“[…] os repasses para custeio das viaturas não são suficientes para realizar também essas manutenções que são onerosas, e essa é uma realidade que não atinge somente Campo Grande, mas sim todos os municípios que possuem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)”, diz nota da Sesau.
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