Após a morte de Vinícius Ibañez Riquelme, de 19 anos, soldado morto durante treinamento em Bela Vista, mães de recrutas denunciaram diversas práticas de tortura e cárcere privado na unidade do Exército. Segundo alguns relatos, alguns jovens não conseguiram sair do 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado, o que classificam como cárcere.
Buscando ajuda, familiares do falecido, e também familiares de outros soldados, os quais também teriam sido vítimas de tortura e estariam sendo mantidos em cárcere privado, denunciaram o caso a movimentos como Juristas pela Democracia - MS e ADJC (Advogados e Advogadas em Defesa Democracia, Justiça e Cidadania). Nas entidades, advogados se mobilizam pela apuração suspeita da morte de soldado em treinamento militar.
Os advogados Giselle Marques, coordenadora dos Juristas pela Democracia, e Lairson Palermo, do ADJC, decidiram protocolar um pedido de ajuda à OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso do Sul). A representação deve ser protocolada na manhã desta quinta-feira (9), requerendo a adoção de providências urgentes, e o empenho pessoal da presidência da instituição na apuração dos fatos.
“As denúncias são gravíssimas. Os jovens que se alistam para servir o país estão sendo vítimas de torturas, segundo seus familiares! As mães estão desesperadas e temem se identificar devido a possíveis represálias”, disse Giselle.
Para Palermo, embora a versão oficial tenha sido no sentido de que o soldado morreu em decorrência de gripe pelo vírus influenza, as lesões encontradas no corpo de Vinícius não são compatíveis com as causas alegadas de morte. “Recebemos uma foto estarrecedora do cadáver do falecido, o qual evidencia lesões incompatíveis com a versão de falecimento por gripe”, declarou.
Em nota, o CMO (Comando Militar do Oeste) esclareceu que o soldado foi atendido pela equipe de saúde do Regimento na sexta-feira, dia 26 de abril, encaminhado ao hospital de Bela Vista e, no mesmo dia, transferido para a Santa Casa de Campo Grande. Há notícias de maus tratos feitas por cerca de 180 mães de recrutas, que denunciam que ao menos 89 soldados que estiveram no mesmo treinamento necessitaram de atendimento médico após retornarem da instrução, segundo Lairson.
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